quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O meu amor me deixou
Levou minha identidade
Não sei mais bem onde estou nem onde há realidade

Ah, se eu fosse marinheiro
Era eu quem tinha partido
Mas meu coração ligeiro não se teria partido

Ou se partisse colava com cola de maresia
Eu amava e desamava
Surpreso e com poesia

Não buscaria conforto nem juntaria dinheiro
Um amor em cada porto

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Eu duvido! Duvido que você não chame meu nome quando você sente falta de alguém, duvido que não sinta falta do meu carinho sempre tão sincero, falta de me contar como foi seu dia, as histórias da sua vida que sempre foram pra mim melhor do que qualquer novela. Talvez esse seja o nosso problema, eu sou completa demais pra sua vidinha mais ou menos. Eu sinto, eu penso, eu falo, eu te conheço, isso te assusta né? “Tô invadindo seu espaço? Desculpa.” Essa fui eu, durante todo esse tempo, me desculpando por que mesmo? Me diminui pra você ficar maior, pra você não me perceber entrando na sua vida. Se você pudesse sentir o quanto isso dói, você quem iria se desculpar. Eu queria ligar pra você e te falar sem pausas tudo que eu ensaio toda vez que você me magoa, mas nunca digo pra não te magoar, afinal você não me faz mal por mal, e talvez esse seja o pior mal que se possa fazer a alguém, tão natural. Bobagem, como se algum ensaio no mundo fosse me deixar firme depois do seu ‘alô’. Então é isso, tô te escrevendo! Sempre fui mais segura com as palavras. Tô te escrevendo pra talvez um dia te enviar, mas tô escrevendo. E não é sobre você dessa vez, é sobre mim. Sobre o quanto eu sou boa, igual a mim tá difícil, meu bem! Sobre como eu não preciso usar cinco centímetros de saia e um decote no umbigo pra ser mulher. Sobre como, ainda assim, só eu sei fazer de você um homem. Sobre muitas coisas, mas principalmente, sobre com quantos caras eu poderia estar saindo nesse exato minuto. Não é com você, é comigo sabe? Eu vejo em você uma pessoa que você não chega nem perto de ser. Acho legal você brincar com a sorte… Só queria te dar um conselho, em nome da nossa amizade e meu carinho por você, tira uma mão da sua liberdade e segura um terço. Fica assim, agarrado nas duas coisas, sabe? E reza, reza muito pra não aparecer ninguém que mexa comigo enquanto você fica brincando de não saber o que quer. Porque eu sou amor, e ainda que não seja o seu, essa é a minha essência. E você não deve acreditar muito nessa ideia, pelas tantas vezes que eu quase fui, mas um dia eu vou… Sempre foi assim! Mas deixa eu te contar um segredo: se eu for, eu não volto.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Saudade
É que nem barata
Barata 
É que nem saudade

Você acha que mata
Mas do nada
Lá vai ela
E desata
A andar 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Quando, enfim, a ficha cai... (Rosana Braga)

Algumas vezes, passamos longo tempo apostando numa relação, acreditando que pode dar certo e que ainda não esgotamos todas as possibilidades. Alimentamos idéias que julgamos ser compartilhadas com o outro, sentimentos que nos parecem recíprocos e, deste modo, vivemos uma ilusão sem nos darmos conta. É claro que quando isso acontece, nunca somos totalmente ingênuos a ponto de não questionarmos nada, de em nenhum momento duvidarmos da profundidade e da veracidade sobre o que está acontecendo.
Afinal, bem lá no fundo, por mais que tentemos negar, sabemos quando algo não vai bem num relacionamento; sentimos quando um encontro é duvidoso, quando as palavras parecem suspensas, quando as atitudes são frágeis demais.

Mas ainda assim, insistimos. Chegamos a perder a noção de nossos próprios limites e já não sabemos o quanto queremos, o quanto merecemos. Perdidos num desejo que parece maior que os fatos gritando diante de nossos olhos, somos capazes – algumas vezes – de cometer insanidades em nome de uma conquista. Até aí, creio que tudo isso seja, sobretudo, humano. Não há pelo que se lamentar; somente o que aprender! Mesmo porque, para quem está comprometido com seu amadurecimento, em busca de uma condição mais evoluída, há de chegar o momento em que, finalmente, a ficha cai!
Depois de recorrentes decepções, a gente compreende e consegue enxergar o que existe de fato e o que não existe e simplesmente nunca vai existir; tal qual um veredicto – a exemplo do título do livro de Greg Behrent e Liz Tuccillo: Ele simplesmente não está a fim de você.
É isso: o outro não gosta, não quer, não está disposto e a gente se recusou veementemente a aceitar e respeitar esse direito que ele tem. Mas quando a ficha cai, é como se algemas se abrissem, cordas se desamarrassem, correntes se desenlaçassem: livres, enfim, estamos livres! Tornamo-nos libertos de uma mentira que contamos a nós mesmos.
Percebemos, felizmente, que o caminho por onde andávamos não nos levaria a lugar algum. E, de repente, a gente desperta, como quem sai de um sonho confuso e angustiante: acordamos.
Meu desejo é para que você acorde, abra os olhos e se veja! Redescubra-se, ilumine-se e, mesmo que lentamente, volte a brilhar. E que a cada desconstrução, você possa se reconstruir... Que a cada desengano, você possa renascer. A cada decepção, você possa reascender... e feito gente que você é, que consiga gentilmente se dar a chance de recomeçar, ainda que – de novo – possa se enganar!
Mas, a despeito de todos os seus equívocos, que você nunca perca a coragem de seguir o seu coração e apostar tudo o que você é em suas mais intensas e nobres intenções. Para que, depois do fim, sobrevivam dois corações inteiros, íntegros e capazes de se dar ainda mais: o seu e o de que você amou!