terça-feira, 29 de março de 2011

Losing my mind

Não há retratos na parede. Não há altos e baixos, e de manhã, eu estou bem, mesmo sozinha e sem você. Não há telefones, não há chamadas. Não há conversas com você sobre tudo... E eu não me importo, tarde da noite, quando o telefone toca e não é você. Mas às vezes, quando eu olho a chuva lá fora, eu penso sobre o passado, às vezes eu o quero de novo: eu penso sobre como você se sente, e por dentro, começo a perder a cabeça. Não há planos formados, não há caminhos e não há chance (já faz tanto tempo). E tudo está logo atrás de mim. Não há ninguém andando naquela estrada, e mesmo que houvesse, eu sei bem onde ela leva: se eu continuasse caminhando, nada ia me fazer lembrar. Não há brigas e não há lágrimas, não há nenhuma necessidade disso se você não está aqui. E eu sei que você não está aqui. E eu não sou a mesma afinal, não mais. Não há necessidade de escrever porque não há como mudar o que foi feito. E não há como mudar como estou por dentro. E parece que vem uma tempestade. E eu acho que sei que ela pode trazer tudo de volta, ou levar embora de vez...

sábado, 26 de março de 2011

Mais um dia

Distraída atravessando a rua, se perdia em pensamentos. Olhava pro asfalto esburacado, pra rua de paralelepípedos que dava continuidade. Sem um único pensamento firme. Só uma pergunta que martelava insistentemente na cabeça: por que, meu Deus, ela não conseguia ser feliz?

quarta-feira, 23 de março de 2011

Já amanhecia e ela ainda não tinha largado aquela janela. Olhar pro nada era tão bom, deixar a cabeça vazia por um momento dava uma sensação ótima... Quase 6h depois ela ainda estava ali. Imóvel. Incapaz de se mexer e de por consequência sentir alguma coisa. Ela queria preencher sua vida, mesmo que fosse de confusão, só pra não ter tempo de parar e pensar em nada. Sua vida era muito quieta, sempre nos trilhos. Até as escapadas eram meticulosamente calculadas. Nunca sobrava um espaço para a loucura. A impulsividade aparecia sempre que ela tinha a chance de abrir a boca. Já tinha muito tempo que não se rendia aos desejos; e as suas vontades, cada vez mais raras, eram sempre das mesmas coisas. Evitava pensar, falar, agir, se render, se magoar, ser feliz. Que tipo de pessoa vive parada no tempo?

segunda-feira, 21 de março de 2011

Tá aí uma coisa que ninguém entende: as minhas escolhas. Ninguém entende que nenhuma das minhas ações é infundada. Tudo na minha vida tem seu porquê. Eu sou quem eu sou hoje por um motivo (ou vários desse). Eu posso parecer uma coisa por fora, mas quem realmente me conhece sabe que por dentro ainda existe o mesmo eu. A diferença é que antes eu fazia as perguntas antes. Podia ou não obter respostas, quase sempre as obtia. Agora eu faço depois. Apenas não tenho nada a responder se não perguntam (de verdade).

sábado, 12 de março de 2011

Quanto mais tempo passa, mais estranho parece. Mais tudo se encaixa e um dia, vai parecer que nem existiu. É engraçado bater o pé e ceder as suas vontades, mas o melhor ainda é ver que a vida segue e que não vai fazer falta aquilo que não é essencial.

quarta-feira, 9 de março de 2011

É sinistro o quanto as pessoas podem se tornar diferentes. O quanto elas podem mudar, em cima do que você achava, ou achava que sabia. Aquele amigo que tem tantos coisas pra contar, que nem olha pra você. Aquela amiga que sabe de tudo, mas finge que você não tem problemas, para não ter que lidar com eles. Aquele outro ex-melhor tudo que largou de mão de você e parece esquecer de tudo. Aquela amiga-quase-irmã que ama tanto o namorado que não enxerga mais nada. Aquelas amigas-irmãs perfeitas, mas que infelizmente o tempo leva pra longe. Aquela turma que um dia foi unida, hoje separada. Cada um mergulhado em seus próprios problemas, cegos demais pra tentar olhar pro lado. E eu, cansada demais pra insistir nas pessoas, descubro tarde que já estou sozinha tem muito tempo. Tão sozinha que já nem sei mais me relacionar com as pessoas: bruta, irracional e excessivamente temperamental. Ah, tô nem aí. Quem quiser que me conquiste de novo. Não vou agradar mais ninguém.
Por que você ligou, sem motivo assim? Por que você me obrigou a ouvir sua voz? Já tinha me acostumado sem os seus carinhos. Já tinha me acostumado a não sentir sua mão na minha. Já tinha esquecido do seu sorriso. Da minha cara de idiota quando você chegava na minha porta. Do seu jeito idiota de cantar canções de amor pra mim. Até tive saudades daquele cd que tocava insistentemente no carro todas as vezes que a gente sentava naquele banco de trás, e ficava vagando em pensamentos... Cada um mergulhado em problemas, que pareciam fugir naquele curto espaço de tempo. Eu podia me apaixonar por você, sabia?  Mas eu não tenho paciência para o seu charme. Não tenho paciência para jogos. Eu quero certeza! E você apenas vai e volta, some e aparece quando quer...

domingo, 6 de março de 2011

Nada

Não sei o que deveria estar sentindo, mas deveria sentir alguma coisa, afinal. Depois de tanto tempo, de tantas decisões mal tomadas, de tantas histórias vividas, de tantos pensamentos calados. De tanto amar, de tanto chorar, de tanto sofrer, de tanto rir, de tanto calar, de tanto gritar, depois de sentir tudo junto... Deveria sentir. Tristeza, e/ou raiva, e/ou felicidade, e/ou impotência, e/ou alívio, e/ou saudade, e/ou revolta, e/ou pelo menos me sentir idiota. Qualquer coisa, por favor! Estou confusa, isso é fato. Mas sentir que é bom? Nada. Depois de sentir tanto, aprendi a mascarar tão bem cada fisgada de sentimentos no meu peito para enganar os outros. Aí descubro que engano tão bem que não consigo nem demonstrar pra mim mesmo. Porque só pode ser essa a razão. Só posso estar escondendo os sentimentos! Não é possível que isso tudo vai acabar, e depois de tudo eu não vou sentir nada...