terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Despedida

Existem duas dores de amor: a primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.  Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’ propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, 
externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente… 
E só então a gente poderá amar, de novo.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Queria assumir que, no meio dessa moda de liberdade, sou escrava dos meus impulsos. Queria deixar claro que minha dificuldade em tomar decisões definitivas é culpa dessa minha escravidão. Se eu decido que é melhor o fim, só porque já deu, "vamos tentar uma amizade bonita", eu decido. Até bater a saudade. Se eu tô com saudade de você, eu acho importante você saber disso e todo mundo sabe onde isso acaba. Tá percebendo o perigo? Eu acho mesmo que tudo que eu pense em relação a você ou um possível nós tem que ser dito e jogado na mesa, ainda que meio bagunçado. E lá vou eu, de volta pra lugares onde nunca cheguei a sair. Tô sempre brincando de dizer verdades por aí, sem pensar duas vezes ou pesar consequências. Sou uma tímida sem vergonha. Por que eu esconderia minhas vontades de quem faz parte do pacote? Sempre fui impulsiva além da conta e os arrependimentos pelo caminho quase sempre compensam. Aprendi, aos trancos, a não me render ao orgulho, só e sempre ao amor-próprio, que é uma derivação mais sutil e completamente justa. Quando eu resolvo, então, passar por cima dos meus impulsos quase que automáticos e, enfim, tomo uma decisão permanente, você pode ter certeza que é por amor. Amor a mim. Se eu tô contigo, de qualquer modo imaginável, você vai saber e vai saber exatamente como. Se eu for embora, não preciso tocar alarme, dar mil avisos prévios ou fazer cena de novela mexicana, batendo a porta. Você vai me ver saindo aos poucos, cruzando a porta em silêncio e vai ser a última vez que vai me ver tão de perto.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Tenho andado distraída, impaciente e indecisa, e ainda estou confusa, só que agora é diferente.
Estou tão tranqüila e tão contente, quantas chances desperdicei quando o que eu mais queria era provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém? Me fiz em mil pedaços pra você juntar, e queria sempre achar explicação pro que eu sentia. Como um anjo caído fiz questão de esquecer que mentir prá si mesmo é sempre a pior mentira... Mas não sou mais tão criança, a ponto de saber tudo, já não me preocupo se eu não sei porquê, às vezes o que eu vejo quase ninguém vê. 
E eu sei que você sabe quase sem querer, que eu vejo o mesmo que você. Tão correto e tão bonito, o infinito é realmente um dos deuses mais lindos, sei que às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas? 
Me disseram que você estava chorando, e foi então que eu percebi como lhe quero tanto, já não me preocupo, se eu não sei por quê, às vezes o que eu vejo quase ninguém vê, e eu sei que você sabe quase sem querer, que eu quero o mesmo que você.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Uma palavra que define tudo que NÃO sou: PASSIVA.
Passividade é o contrário de Passionalidade, passividade é a principal característica de gente que não faz questão e não tem paixão.
Sabe aquela pessoa que tanto faz, que não faz questão de nada?
Faço questão de me manter bem longe dessa legião de adeptos ao "tanto faz". Quem não faz questão não aproveita, faz as coisas por sei lá acaso, talvez sorte e não por vontade, não tem a garra e o entusiasmo de quem faz questão. Não corre pra chegar na hora, pois não faz questão de estar lá; não se esmera pra se arrumar, pois não faz questão de estar bonito; não estuda, pois não faz questão de crescer na vida; não liga, pois não faz questão de ser lembrado; não escolhe, pois não faz questão de acertar. Acorda como uma obrigação, sem fazer questão de aproveitar o dia, joga sem fazer questão de vitória, come e compra em qualquer lugar, pois não faz questão de qualidade. Aceita o que vem, não se prepara, não tem expectativas, não faz questão do melhor, pois se conforma. Não aceita críticas e nem admite que errou por não fazer questão de melhorar. Não faz questão de visitar amigos, afinal, teoricamente eles sempre estarão lá. Se entrega a qualquer relacionamento sem fazer questão de borboletas no estômago, não dá bom dia nem distribui sorrisos, já que não faz questão de ser agradável, não faz questão da maioria das coisas que parecem bobas ou detalhes e acaba não fazendo questão de nada, pois nossa vida é composta de cada coisinha dessas... Deixa que a vida leve e esquece de tomar as rédeas do futuro. Faça questão de sentir o frio na barriga, de sentir o nó na garganta, de sentir a lágrima rolando na face, de sentir o coração saindo pela boca, de gritar, de amar, de odiar, de se sentir vivo o tempo todo, todo o tempo.
Passividade é um câncer que mata a alma.
Gente que não se abala quando é derrotado, afinal, nem fazia questão mesmo...
Deus me livre!
Eu faço drama mesmo: grito, choro e me descabelo, mesmo na mais simples batalha perdida. Ainda que me reste a garra pra lutar essa guerra, eu faço questão de todas as vitórias, mesmo sabendo lá em meu íntimo que é impossível ganhar sempre. Faço questão de fazer questão da vitória. Não viva na ilusão que a vitória (ou a derrota) vem ao acaso, que o resultado vem sem querer. A colheita só existe depois que alguém faz questão de plantar a semente.


Gente que só come pelas beiradas e não enfia a colher no meio do mingau não sabe o que está perdendo.
Quando a pessoa que você mais quis presente na sua vida luta pra sair
E a que você mais lutou pra sair faz de tudo por você pra poder retornar de vez

domingo, 16 de dezembro de 2012

Weather man said it's gonna snow, by now I should be used to the cold
Mid-February shouldn't be so scary
It was only December
I still remember the presents, the tree, you and me

But you went away, how dare you?
I miss you
They say I'll be ok
But I'm not going to ever get over you

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012



— E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

— Ah. Porque eu sou tímida.



segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Pode ser que seja amor (mesmo que acabe)

Eu discordo dessa história de que só é amor se for pra sempre. 
Digo, o sentimento pode até viver pra sempre, ali quietinho em algum canto do peito. Mas histórias começam e terminam e não é justo dizer que não houve amor. Não é justo achar que elas não deram certo ou que era a pessoa errada. O amor da sua vida, nem sempre é o cara que você casa e forma uma família. Pessoas se perdem, pessoas se encontram, é natural. 
Eu acredito em amor com alguns poucos meses de relacionamento. Amores mais bonitos do que alguns de anos, amores de outras vidas, escorrendo pelos poros. Sem esse papo de que tudo recente é paixão e amor é rotina. Paixão é carne, amor é alma, independente do tempo. Odeio quem teima em rotular o que o outro tá sentindo, mal sabe o que é quem tem no peito. Tudo que nos faz feliz, dá certo, mesmo que por uma semana, um mês. Tudo faz crescer, deixa o jardim mais bonito no fim das contas. E quem é essa tal de pessoa certa, afinal? Ninguém é errado, somos todos vítimas de desencontros. Seu certo não me agrada e vice-versa. Mania feia de jogar tantos dias incríveis no lixo, depois que a mágoa chega. 
Te fez chorar, mas te fez sorrir tanto, foi bom enquanto durou, foi certo e só, foi. 
Só passou e isso não quer dizer nada. 
Mania chata de relacionar amor com contos de fadas e o maldito feliz pra sempre. 
Amor se relaciona com feliz, sem complemento, sem prazo. Tem memória com cores, cheiros e gostos.
Nem sempre, sem fim.
Mas deixa o coração aberto pra amar de novo.

É sempre amor mesmo que acabe
É sempre amor mesmo que mude
É sempre amor mesmo que alguém esqueça o que passou

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Wandering through life will love come home to you
And the love you want forever, will maybe true to you
Will we sleep and sometimes love until the moon shines
Maybe the next time I'll be yours and maybe you'll be mine
I don't know if it's even in your mind at all
It could be me
At this moment in time
Love's indescribable
It should be me, it could be me
Forever

http://letras.mus.br/simply-red/66907/traducao.html

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Wheel

People have the right to fly
And will when it gets compromised
Their hearts say "Move along"
Their minds say "Gotcha heart"
"Let's move it along"
(Move it along)

And airports
See it all the time
Where someone's last goodbye
Blends in with someone's sigh
Cause someone's coming home
In hand a single rose

And that's the way this wheel keeps working now
That's the way this wheel keeps working now
And I won't be the last
No I won't be the last
To love her

You can't build a house of leaves
And live like it's an evergreen
It's just a season thing
It's just this thing that seasons do

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Eu não sei esperar o tempo passar
Eu não sei ficar a mercê do universo
Eu não sei esperar o tempo pôr as coisas no lugar
Eu não sei olhar e fingir não querer cantar uma canção
Não sei ignorar fatos, palavras, nem meu coração
Eu não aprendi que o tempo é rei
Aprendi que o tempo pode ser muito ou pouco
A depender do quanto se ame alguém
Eu não sei o que virá depois do silêncio
Não sei silenciar enquanto gritos ecoam em mim
Não sei engolir argumentos
Não sei debater sem expressar intensidade sem fim
Só sei que o tempo não mudará certas coisas…
E apesar de eu não saber esperar
Aceito que ele trará um pouco de paz,
Um momentâneo esquecimento
Mas, nunca será capaz de apagar
O que ele mesmo, o tempo, soberanamente, tratou de construir
Com paciência, com intensidade, com amor
(Eu não sei esperar nada. E a natureza gritando no meu ouvido que então, já que sou birrenta, vou ficar sem nada mesmo.)

domingo, 4 de novembro de 2012

Espero que eu não demore dias pra escrever isso aqui pra você. Pra começar, nós estamos tortos, porém acredito que não fomos um erro. E sim, eu acredito em mudanças. Posso não ter sido tão lúcida ao mostrar sobre as mudanças que queria fazer, mas se você aprendeu comigo que as pessoas não mudam ou que não é possível mudar, você aprendeu errado. Fui prova viva de mudanças e melhoras. Fui prova do caos a hoje um pequeno sopro de vento em busca de um pouco de paz. O desespero pelo esquecimento que eu tenho que passar é muito mais difícil do que os reflexos dele hoje em mim. Realmente nos excedemos, os dois. E hoje eu nem sei onde a culpa foi parar. Não sei qual das almas e costas eram pra estar mais pesadas, mas não estão - nem a minha nem a sua. O que pesa vem de dentro pra fora. Pesa o peito, pesa o coração. E você tem pavor de mim. De dizer o que pensa e de me dar uma decisão.
Adianto que não sou uma gaiola para te prender, nem muito menos tenho uma boa tesoura para cortar suas asas. Acredito em liberdade, como também acredito que não são os pés e as mãos livres que nos dará a liberdade. Um coração amado é muito mais feliz vivendo e compartilhando seu amor. Por isso eu desde o primeiro beijo te quis para ser meu companheiro, parceiro, e te confiei o que mais há de valor em mim, meu coração. Sei que meu exagero pode lhe ter sido um susto, mas eu quis te amar sim desde o primeiro dia e te amei, torta, louca e doente, mas te amei. Só que com meu egoísmo, não percebi que antes de mim você tinha outra vida, pois não bastaria um ponto final meu na minha vida de antes, se a sua ainda era completamente vivida por você, mas só por você. Um dia paramos. Fui insuportável e achei justo sentir o gosto amargo de te perder. Tentamos curar um ao outro, só que o tempo passou. E quando passou deixamos de acreditar na loucura e por sua vez em nós. Foi longe que me curei. Foi distante que me tornei mais humana e também menos egoísta e orgulhosa. Foi perdendo você que aprendi a conviver com as minhas dificuldades e tentar respeitar as tuas. Não é fácil, peco, mas sei enxergar meu umbigo e ao redor dele. Sei reconhecer. E se insisto não é por chatice, ou mesmo por acreditar que haverá paz mundial, mas sim que pode existir paz entre a gente. Eu reli tudo o que escrevemos. Reli para tentar entender o que você queria mesmo me dizer, e eu sei que se eu disser que não quero mais nada, você irá concordar e nem irá se apavorar ou me procurar para uma explicação. 

Você pode estar diferente, mas eu conheço você ainda. E no momento você não quer saber de nada a não ser você mesmo. Preciso viver e estou com esta necessidade me cutucando, por isso não farei planos, não sou boa com eles, agendas ou relógios, vou destinar metas, e uma delas é me domesticar. Mas agora só quero que você sinta o seu coração e saiba escutá-lo como escuta suas músicas, e me diga se há amor pra mim ainda em você. É ruim saber que você ama alguém, está com essa pessoa, mas essa pessoa não está com você. E nós dois devíamos estar fartos de nos sentir assim, pois por quanto tempo sentimos isso estando juntos? O que acontece é que eu mudei, e você permanece impenetrável a mim, por que? Você é sincero comigo? Eu sou com você. Você reclama que falo demais e por falar nisso, falar sobre pessoalidades sempre lhe causou grande fúria, e não que eu não me importasse com sua chateação, pois o que lhe desagrada me desagrada também e sei que isso é uma falha minha, mas eu digo o que penso pra não pesar dentro, porque quando as coisas estão fora elas são mais fáceis de lidar. Se ficam dentro, acumulam, acabam sendo esnobadas e assim esquecidas, mas o inconsciente não esquece, ele algum dia vem e perturba. Então, já guardei muito, e, ainda guardo, só que o espaço ficou pouco e prefiro guardar o que realmente vá valer ser degustado ao ser escarrado. E nós dois não somos mais feitos para ter nojo um do outro. Você conhece meu corpo, o gosto de todos os poros e fluxos dele. Conhece não só quando te amam, conhece meu corpo quando não precisava respirá-lo. Você pode ter a oportunidade de conhecer minha alma como mais ninguém teve a chance ou o desprazer de conhecer. De você não tive vergonha de ser fraca, covarde, de mostrar meus medos, meus erros, muito menos meu desespero por não te ter mais. Você sabe sobre o meu desprezo e minha indiferença, mas conhece o coração mole e dócil que tenho. E confesso que realmente não sou a mesma pessoa com meus pais ou com os outros, eu só consegui ser eu mesma com você. Vi que você também não era perfeito e eu podia errar. Você se tornou o par perfeito pra mim e é dolorido admitir que eu não seja o seu. Só que eu não tenho mais força a me forçar a acreditar que você me ama e deseja. Não posso mais insultar meu coração e nem pedir pra que me ame, que seja meu companheiro e eu sua garota. Não é como nos filmes, mas nossa história daria um livro. E talvez seja esta a maneira de você me guardar em sua vida, como um livro em uma prateleira, como você mesmo faz. Não estou desistindo. Estou racional, como você tanto quer que eu seja. Minha cabeça está quase estagnada e assim as coisas facilitam para serem pautadas sem que exceda qualquer vírgula. Não sei também quando irá ler isto. Mas não tenho pressa, só desejo que a gente se acerte, seja qual for o próximo passo, tem necessidade por vida, fazer isto. Devemos-nos essa. Cansei das nossas doenças mentais. Eu já disse a você que somos capazes de ter paz, basta querermos o mesmo.
A mágoa nos foi mútua e o que escrevo aqui não é provocação, é desabafo pedindo perdão. Perdão do que fomos à presença e no silencio de mãos dadas, bocas caladas e gemidos travessos – sem versos, reversos com medos. Eu aqui te procuro por te ver fugindo também como eu, mas sem querer colocar palavras em tua boca como sempre fiz, eu só estou assumindo os sentimentos meus. E, de todo mal que te causei, de todo mal que me causou igual, pior, o mesmo, eu não te peço de volta, porque as coisas não voltam. O mundo pode ser pequeno, o mundo vai continuar a ficar menor. Essa nossa história não se pontua, ela não parou pelas tristezas, pela falta de respeito e pela indiferença que não ouve. Pelo contrário, os caminhos diversos continuam sendo paralelos, e no fim tudo se limita a um mesmo ponto – é aí que te encontro de novo, porque um grande amor, não se cura com outro amor, nem que este seja também um amor maior. Medir palavras. Devia ter feito isso não da última vez que escrevi, mas das últimas vezes em que não fomos, mas estivemos. Pra mim é melhor esclarecer até o que está morto, só assim enterro de vez a morte e volto a florescer. Erva-daninha floresce? Eu talvez sim. Só sei que nosso terreno é fértil, não consigo vê-lo apodrecer como tem acontecido. Podemos não nos olhar, fingir inodoros, incolores um pro outro – eu posso me comunicar por aqui com você, por essas linhas, pois sei que você as lê. A realidade tua não precisa mudar. Não quero confundir, embaraçar, enlear, só esclarecer, talvez também não morrer. Meu coração usa meus dedos para dizer.
A verdade é que desde sempre foi complicado entender o que eu sinto, mas eu sempre tentei descrever em palavras para que, quem sabe alguém mais ou menos desocupado do que eu pudesse entender por mim. 
A vida bateu na minha cara, muitos dias seguidos, sem poesia nenhuma que era pra me deixar sem vontade alguma de abrir os olhos. Só que os olhos são meus e cabe a mim saber até onde é bom enxergar, mesmo que sejam só coisas ruins que não vão me dar o sorrisinho que eu tenho que carregar todas as manhãs. Assim como tudo na vida, amores e amigos vêm e vão e, fico aqui perguntando baixinho, quem sou eu então pra decidir que os meus não deveriam ir? Não adianta mais prometer que será pra sempre. Eu não quero promessas. Eu não quero dor. É pelo medo de cair de novo que meus joelhos tremem. Eu quero, no mínimo uma garantia. E eu só preciso me desfocar do sonho que me deixa míope e enxergar além, ou melhor: enxergar o que está na minha cara. Antes de dormir rezei, pedi a Deus que perdoe tanta ingratidão de minha parte, por não enxergar tudo de bom que a vida me oferece, e continuar aqui me lamentando e fazendo tudo por você.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Eu passo quieta por você, você passa quieto por mim, e eu ainda escuto o barulho que a gente faz. 
E você já abalou tanto a minha vida. Que pena, agora você morreu. 
Não morre, por favor. 

Seja ele, seja o homem que perde um segundo de ar quando me vê. 
Mas você nunca mais me olhou quase chorando, você nunca mais se emocionou, nem a mim. 
Você nunca mais pegou na minha mão e me fez sentir segura. Nunca mais falou a coisa mais errada do mundo e fez o mundo valer a pena. 
Eu treinei viver sem você, eu treinei porque você sempre achou um absurdo o tanto que eu precisava de você para estar feliz. 
De tanto treinar acostumei. 

domingo, 14 de outubro de 2012

terça-feira, 3 de julho de 2012

Todo dia quando acordo e quando vou dormir, minha cabeça está cheia.
Cheia de vácuo.
Cheia das incertezas de não saber. Não saber de nada do futuro.
Mesmo depois desse inferno, dessa discórdia, eu ainda te amo. E dói amar você.
Mas doeria mais se você não soubesse disso.
A saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. 
Saudade da pele, do cheiro, do abraço, do beijo. 
Saudade da presença. 
Saudade é não saber. 
Não saber se ele está bem, ou onde está.
Não saber no que ele está pensando. 
Não saber o que ele fez do dia ou o que vai fazer hoje à noite ou amanhã. 
Não saber se continua com seus tiques nervosos. 
Saudade é não saber mesmo! 
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos. 
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento. 

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro. Que fim levou aquele sentimento? O amor realmente acaba? O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. 
O tempo nos desenvolve defesas, nos oferece possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se acaba, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Por mais que amor não sustente tudo, amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.
O que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são subtituídos por outros no decorrer da vida. As pessoas não mudam na sua essência, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e principalmente, de necessidades. O amor costuma ser moldado à nossa carência de envolvimento, porém essa carência não é fixa, ela se modifica à medida que vamos tendo experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos. O amor se mantém o mesmo apenas para aqueles que se mantém os mesmos. Livrar-se de uma lembrança é um processo lento, impossível de programar. Ninguém consegue tirar alguém da cabeça na hora que quer, e às vezes a única solução é inverter o jogo: em vez de tentar não pensar na pessoa, esgotar a dor. Permitir-se recordar, chorar, ter saudade. Um dia a ferida cicatriza e você, de tão acostumada com ela, acaba por esquecê-la. Ou não.
O tempo é contado em dias, meses, anos.
A vida é contada em dores, flores, amores. 
Se você decide parar de contar para dar uma satisfação a menos, ter uma preocupação a menos, alguém vem e conta por você. E te conta o quanto você vive de menos, o quão menos você aproveita, a quantidade de amor e carinho que você deixa escorrer por entre os dedos. Se você decide parar de contar sua vida pra alguém, alguém contará pra você. E a preocupação que você quis deixar de ter...
Vai deixar de ter.
Mesmo.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Independência é a desassociação de um ser em relação a outro, do qual dependia ou era por ele dominado. É o estado de quem ou do que tem liberdade ou autonomia.


Sonho....

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A confiança não aparece simplesmente. A confiança é conquistada. Não se deve trazê-la e depois tirá-la, como se fosse um brinquedo roubado das mãos de uma criança. A confiança dá-se por dar, não fica à espera da recompensa, apenas espera não ser traído por homicidas da amizade.
É rara, mas verdadeira.
Pode ou não durar uma vida inteira? Confiança anda de mãos dadas com a verdade. Um dia roubada, deixa saudade. Saudade da pessoa a quem dava por dar, ouvia por ouvir, pedia porque sabia não estar realmente a pedir. Saudade da certeza das palavras pronunciadas, da realidade que todas essas frases te traziam. Um dia arrancam-ta do peito, ficas assim, sem jeito. Num vazio, esquecido pelos impuros.
Por que? Sem resposta, num único sentimento de injustiça… 
Perdoa a ti, e por fim voltas a confiar.
Porque ser humano também é errar.