segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Retalhos

Quando o céu escurecer e talvez só assim eu entre de vez no nunca e ao apagar de meus passos, deixarei poucas falas, um punhado de sorriso perdido guardado em algum espaço ou em algum caminho por onde andei. Deixarei planos incompletos dentro do meu coração, palavras na ponta da língua e choros presos. Imagens de mim. O outono abraça meu sumiço e nas notas da música que nunca cantei deito toda a ilusão do inverno que virá a seguir. Será que eu estarei aqui pra ver? As linhas dos meus sentimentos não-sentidos confundem a vida e estraçalham a razão. Então seguirei no escuro mesmo sob o sol, e caminharei só em milhares de vozes: mas o único som que farão pra mim é o silêncio. A vida cansada e confusa agarra a fuga da existência. Não digo adeus, mas parto pro nunca mais.

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