terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

É preciso, às vezes

Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução. Em alguns momentos, botar tudo abaixo, pra voltar à construir do zero. Ter coragem de bater com a porta e apanhar o último trem no último momento, sem olhar para trás. Deve-se abrir a janela e jogar tudo fora: queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro (ah! que cheiro...), as mãos, a cor da pele. Apagar da memória sem medo de perder os registros pra sempre. Há hora de esquecer tudo: cada momento, cada minuto, cada passo dado junto e cada palavra. Cada promessa e cada desilusão acompanhada. É preciso, às vezes, atirar tudo com força pra dentro de uma gaveta e jogar a chave fora. Ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que esqueça o segredo.

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