Pés impacientes no chão, mãos que batucam, olhos que procuram o que não
se vê.
Eu tenho sono, e já não consigo mais dormir.
Eu tenho fome, não
consigo mais comer.
Eu tenho medo, e assim que quero já não quero mais.
Meus pés perderam a função de equilibrar meu corpo.
Não diria que a
culpa é física porque fui eu que sobrecarreguei minha mente e me tornei
incapaz de responder sobriamente por um "tudo bem?". Isso pesa. É pesado
saber que não está nada bem. Mais peso causo ao tentar mexer nas
feridas... Deixo queto. Eu percebo no espelho que meu sorriso não chega
aos olhos. Eu posso enganar a todos, posso até me enganar. Mas é de
noite que eu me revelo como sou: sozinha. Me perdi no que era pra ser eu
e acabei me tornando esse talvez. Pequeno por fora, enorme por dentro.
Uma imensa tentativa de ser algo quando nunca aprendi a mudar.
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