quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sinais

Distintos sinais. Enquanto estavam deitados, sozinhos no carro, conversando bobagens, ela tentava ler as entrelinhas de seus olhos. O jeito como ele falava, o seu jeito de andar, de sorrir com os olhos, de beijar, até o jeito de dar as costas. Ela poderia passar horas ali: o jeito que o seu carinho a envolvia era fatal. Acabava com toda a sua postura de mulher independente e malvada. Era como ela se sentia viva num mundo de tanta gente má: ali ela descobrira a existência de um coração bom. Aqueles cabelos cacheados, sorriso bobo e olhos castanhos com a profundidade do céu. Mãos macias feito luvas passavam por seu rosto... Sinais. Enquanto sua voz dizia pra ela se afastar, seu corpo a queria. Ele pegava-a em seus braços. Segurava-a pela cintura na frente dos amigos. Não largava de sua mão. Colava seu coração partido. Mal sabia ele que ela não tinha coração partido perto dele. Não tinha coração, pois aquilo que palpitava em seu peito era maior que aquilo. Uma sensação que ela nunca vai poder explicar: descobrindo o verdadeiro significado da expressão "borboletas no estômago"... Nunca houve alguém que fizesse por ela o que ele fez: deitar sob as estrelas e ouvir seu coração. Ele sabia todos os trejeitos dela. Só tinha medo. Ela também. Tinham medo de se apaixonar. Tinham medo de viverem juntos e nunca mais quererem se separar. Mal sabiam que já estavam irremediavelmente unidos pelo amor. E isso o impediu de seguirem em frente. Ele nem a interpretava mais, pois já sabia que ela possuía duas opções de dizer o que não se deveria dizer sobre ela: lendo as entrelinhas de seus textos idiotas ou olhando no seus olhos. E a segunda opção ele sabia que só ele tinha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário