sábado, 3 de setembro de 2011

Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo quando deveria falar, digo um absurdo atrás do outro quando melhor seria silenciar. Faço brincadeiras de mau gosto, e sofro antes, durante e depois de te encontrar. Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de lidar: pior é não ter presente e o passado se agitar pra sumir comigo no ar. Sumi porque não há o que se possa resgatar. Meu sumiço é covarde, mas atento. Sumir é um jogo de paciência. Pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu lado. Mas depois de um tempo, eu e você sabemos que eu vou voltar. Porque em vez de tentar escapar de certas lembranças, o melhor é mergulhar nelas e voltar à tona com menos desespero e mais sabedoria. Observar por fora o que acontece e entender: é o primeiro passo para a libertação. A vida é feita da memória. Às vezes, damos pra pensar que tudo que há de mais vivo foi aquilo que já se foi.
As pessoas mais importantes foram, sim, as que ficaram. E as que voltaram.

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