segunda-feira, 4 de abril de 2011
Nostalgia
A nostalgia pegou de jeito. Camuflada, se infiltrou no meio das garfadas do jantar. Bem que eu senti um gosto diferente: primeiro, doce, como todas aquelas memórias lindas de um sorriso, de uma conversa que terminava às gargalhadas, de uma brincadeira de morder, de ficar juntinho. Logo em seguida, me veio um gosto muito salgado, como a realidade que teima em bater na porta e cortar o barato. Não dura muito. Surge um gosto amargo, mas não é qualquer amargo, é aquele amargo que bate no fundo da alma e traz aquelas coisas que você preferiria não lembrar: tudo de ruim que você teimou em esconder, em socar no fundo do armário do seu cérebro, como aquelas roupas de inverno num clima equatorial. Tão amargo que chega dá asco, enjôo. Todos os sabores acabam em fração de segundo. Mas a mistura destes deixa uma vontade de repetir... E apesar de todas as sensações que ele dá, sejam elas boas ou ruins, você sempre desejará mais. Nostalgia é aquele pedacinho de você que deseja que os momentos nunca acabem. Mas nada seria bom se fosse eterno, não é verdade? Não seria aproveitado corretamente. É até bom sentir uma saudade do que se passou, até sofrer um pouquinho, porque dá uma boa sensação de que o tempo não foi perdido: que se passou, mas ficou eternizado na memória.
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muito foda, posso roubar?
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